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Apesar de o autor se resguardar da vida pública, a obra de Eugénio de Andrade tem vindo a ser reconhecida através da atribuição de vários prémios e condecorações. Assim, o Governo português outorgou-lhe o grau de Grande Oficial da Ordem de Sant’Iago da Espada (1982) e a Grã-Cruz da Ordem de Mérito (1988). Também o Município do Porto (como, de resto, outros municípios, como Oeiras e Fundão) quis distinguir o poeta, atribuindo-lhe a Medalha de Mérito (1985) e a Medalha de Honra (1989) da Cidade. No estrangeiro, recebeu a Medalha da cidade de Bordéus (1990) e a Medalha da Universidade Michel de Montagne da mesma cidade (2001, durante uma homenagem no Carrefour des Littératures). É membro da Academia Mallarmé (Paris), membro fundador da Academia Internacional «Mihai Eminescu» (Roménia) e da Academia Mondiale della Poesia.

Em 1986 o poeta recebeu o prémio da Associação Internacional de Críticos Literários e em 1987, por Vertentes do Olhar, o Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus. Em 1989, O Outro Nome da Terra mereceu-lhe o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989); no mesmo ano recebeu o Prémio Jean Malrieu para o melhor livro de poesia estrangeira editado em França (tradução de Branco no Branco). Na Jugoslávia é-lhe atribuído em 1996 o Prémio Europeu de Poesia da Comunidade de Varchatz. No ano 2000 foi galardoado com o Prémio Extremadura de criação literária (prémio de carreira para autores da Península Ibérica e da América Latina), com o Prémio Celso Emilio Ferreiro, para autores ibéricos, e com o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores. Finalmente, em 2001, Eugénio de Andrade viu a sua vida literária de mais de sessenta anos reconhecida com o Prémio Camões, o mais importante prémio atribuído a autores de língua portuguesa. Em 2002 recebeu o Prémio de Poesia do Pen Clube Português.

Dos poetas portugueses do século vinte, Eugénio de Andrade foi, talvez, aquele que mais se aproximou das raízes da cultura portuguesa, servindo-se dela e servindo-a, como diz Óscar Lopes, através da «evidência de um paraíso puramente terrestre, emanação do desejo e perceptível à simples transparência dos ritmos frásicos orais, das conotações de um léxico severamente escolhido e sobre o qual opera um permanente movimento de metáfora para um mesmo conjunto de elementos míticos fundamentais: a terra densa com os seus frutos e corpos; a água fluvial ou marinha; o ar, ou tudo o que há de volátil; o lume, ou ardor, ou ainda a luz pura de um Abril adolescente, de um Verão a prumo, ou de um Outono dourado a rever-se, a desdobrar-se em perduração aprilina, juvenil.» E neste universo de um paganismo de raízes fundamentalmente autóctones, destaca-se o primordial dessas raízes – e continuamos a citar Óscar Lopes: ora «a lírica solar, meridional, mediterrânica da presença sensível», ora «aquilo que parece ter sido a mais importante relação humana do poeta, a relação com a mãe (…)». Cada um dos poemas de Eugénio encerra na sua unidade um depuradíssimo trabalho da língua, que o poeta sente como sendo o seu mais importante compromisso e maior dádiva original.

A casa do poeta, no Passeio Alegre (Foz do Douro – Porto), albergou durante vários anos a Fundação Eugénio de Andrade (extinta em 2011), instituída para divulgação e estudo da sua obra. Ali ocorreram regularmente encontros de poetas. A Fundação editou também os Cadernos de Serrúbia, revista de estudos sobre poesia.

Centro de Documentação de Autores Portugueses
01/2015

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