Posto que se tenha estreado literariamente como poeta, contava apenas dezasseis anos, com o livro Asas de Ícaro (1926), e que haja publicado poesia até tarde na vida, a sua verdadeira vocação foi o jornalismo e a literatura infantis, tendo-se destacado, sobretudo, numa forma poética e muito sua, de contar às crianças as vidas de grandes vultos da história, da ciência e da literatura.
Exemplo cimeiro dessa arte, a colecção «Gente Grande para Gente Pequena», que fundou e dirigiu e onde publicou biografias de personagens tão diferentes como Camões (O Trinca Fortes, 1946) ou Wagner (O Piloto do Navio Fantasma, 1952), Roberto Scott (O Capitão da Morte, 1946) ou Gago Coutinho (O Grande Almirante das Estrelas do Sul, 1969), Cervantes (O Fidalgo Engenhoso, 1960) ou Edison (O Homem das Mil Invenções, 1947).
Em 1935 fundou o jornal infantil O Papagaio, de que foi director em 1941, ano em que passou a dirigir o O Diabrete. Em 1961 ainda voltou aos jornais infantis fundando O Foguetão de que só seriam publicados treze números.
Em 1982 foi distinguido pelo conjunto da sua obra com o «Grande Prémio de Literatura Infantil», da Fundação Calouste Gulbenkian.
[in Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (org.), Roteiro da Literatura Portuguesa, 2ª. ed. rev. e ampl., Frankfurt am Main: TFM, 1998]
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