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Figura vultosa e sonora, dotado de uma retórica imponente e algo oca, prestou-se a ser caricaturado por Eça, que lhe colou à legenda, para sempre, o apodo de «Brigadeiro Chagas», para o qual «o […] patriotismo, em vez de ser de utilidade pública, era apenas de curiosidade arqueológica». A publicação, em 1865, do Poema da Mocidade, com prefácio de Castilho, iria acentuar a célebre polémica que ficaria a ser conhecida como «Questão Coimbrã».

Ao prefácio de Castilho, caçoando com a geração de Antero e Eça, respondeu Antero, com vigor, nobreza, eloquência e, num ou noutro ponto, com alguma crueldade, numa carta que intitulou Bom Senso e Bom Gosto. Pinheiro Chagas sai à estacada, desta vez sem a bengala de Castilho, com um folhetim no qual, entre outros mimos, acusa Antero e os da sua escola de perseguirem «um certo ideal, alugado a tanto por ode nos algibebes da Alemanha».

Jornalista – na imprensa são publicados os seus primeiros contos e novelas –, é, contudo, ao teatro que dedica maior carinho, obtendo enorme sucesso com a peça A Morgadinha de Valflor (1869), que viu de imediato traduzida em italiano e espanhol.

Falecido em 1895, com 53 anos, este polígrafo abundante teve um funeral que foi uma consagração, nele se fazendo representar a Família Real, o Governo, o Parlamento, a Academia, o Município, a imprensa, as Forças Armadas, etc.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990

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