A segunda, centrada na acção política, decorreu da adesão, em 1962, ao Partido Comunista Português, «essencialmente como gesto de solidariedade para com os mais perseguidos». O interesse pela arqueologia do marxismo levou-o a uma dissertação sobre Domínio – servidão em Hegel (1968) na Faculdade de Letras de Lisboa. Defendeu essencialmente um colectivismo democrático, que depois se designaria por eurocomunismo. O livro Sobre o antimarxismo contestatário (1972) é o trabalho mais representativo dessa fase, essencialmente moralista e mesmo pragmatista. Foi redactor da Seara Nova de 1963 a 1974. Candidato oposicionista a deputado em 1965 e 1969. Dirigente nacional do Movimento de Oposição Democrática (Novembro de 1969 – Maio de 1970). Autor de dois contundentes panfletos, imediatamente apreendidos: O dilema da política portuguesa (1971) e Por uma democracia anticapitalista (1973). Membro do secretariado clandestino do Partido Socialista desde que a este aderiu em 1973. Deputado de 1975 a 1979 e de 1983 a 1991. Ministro da Educação no I e II Governos Constitucionais. Publicou nesses anos: Educação e democracia (1976), Prosas sem importância (1984) e Salazar, Abril e o presente (1985).
A terceira fase corresponde, no essencial, a uma actualização da primeira, pensada inicialmente como uma filosofia da linguagem na linha analítica e pós-analítica. Classificou o seu pensamento filosófico de pluralismo positivo ordenado. Ordenado em oposição a existencial; positivo em oposição a metafísico; pluralista em oposição a monista. Manteve-se inalteravelmente avesso à fenomenologia, essencialista ou existencialista.
Tem colaboração dispersa em diversas revistas especializadas e jornais, dos quais se destacam o Jornal de Letras, Artes e Ideias.
Agraciado em 1991 com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
Centro de Documentação de Autores Portugueses
11/2006
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