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Portador de um modelo de arquitectura culturalista ao arrepio das preocupações do meio arquitectónico português, Raul Lino não vai ser entendido pelos que a ele se opuseram nem pelos que se supunham seus seguidores, deixando-se ele próprio por vezes enredar nas malhas da polémica pouco esclarecida que acompanhou toda a sua vida profissional.

Da sua obra muito extensa como projectista, pode-se salientar em primeiro lugar o projecto do concurso para o Pavilhão da Exposição Universal de Paris de 1900, preterido a favor do de Ventura Terra, mas que marca em conjunto com este as duas linhas de referência que vão de certa maneira enquadrar o desenvolvimcnto da arquitectura posterior em Portugal. As «Quatro Casas Marroquinas» (Monsalvat O’Neill, Silva Gomes e Tangêr – a segunda em Cascais, as outras no Estoril), feitas entre 1901 e 1903, denotam os traços de influência da cultura árabe, o que vai ser estrutural em quase toda a obra de Lino.

Em 1904 levanta em Alpiarça, para José Relvas, a Casa dos Patudos, volumetricamente bem organizada e com uma linguagem formal característica deste período, em 1906 a Casa Ribeiro Ferreira e mais tarde, em 1912, a Casa Elisa Vaz, representando estas duas últimas os seus melhores projectos de carácter urbano. Ainda de 1912 é a Casa do Cipreste, em Sintra, que constitui como que uma síntese das suas preocupações em termos expressivos da articulação de espaço e integração na paisagem. Em 1924 projecta o Cinema Tivoli, a Casa António Sérgio e a não construída Casa Cunha e Costa, esta última, sobretudo, com algumas preocupações espaciais de carácter inovador.

in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994

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